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Pressões do governo não limitaram o trabalho dos jornalistas

Os directores da SIC, Rádio Renascença (RR) e Público ouvidos, ontem, pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) confirmaram a existência de pressões por parte do gabinete do primeiro-ministro, José Sócrates, para não divulgar os resultados da investigação realizada pelo Público acerca das dúvidas ligadas à sua Licenciatura. Todos afirmaram que estas pressões foram insuficientes para travar a divulgação da história.

Para Francisco Sarsfield Cabral, da RR, e para José Manuel Fernandes, do Público, o mais grave não foi a tentativa de coação por parte dos assessores do primeiro-ministro, que ligaram para as redacções dos respectivos órgãos, mas sim as ameaças veladas de processos judiciais ao jornalista do Público, responsável pela investigação da Licenciatura de Sócrates, e da RR, que trabalhou esta matéria.

O director da RR entende que o trabalho da ERC ficou aquém das expectativas. Para o radialista faltou conhecer o porquê de alguns órgãos de comunicação social nunca terem tocado no assunto. Para além deste ponto, Manuel Fernandes lamenta ainda que a ERC não tenha convocado mais assessores para além de David Damião. O director do Público pretendia que Luís Bernardo tivesse sido chamado, pois foi esse o assessor que sempre falou com os jornalistas daquele jornal. Continua defendendo que o primeiro-ministro também devia ter sido ouvido.

O director de informação da SIC, Ricardo Costa, partilha da opinião de Sarsfield Cabral e Manuel Fernandes, seus colegas de profissão, quando assevera que este tipo de pressões não é um acontecimento virgem. Para o jornalista da SIC tudo não passou de um “nervosismo excessivo” cujos contornos se agravaram depois da denúncia do deputado do PSD, Agostinho Branquinho, feita na Assembleia da República, contra as tentativas do Governo de influenciar a comunicação social.

Ricardo Costa culpou o primeiro-ministro pelas proporções que o assunto alcançou. No seu entender, Sócrates devia ter esclarecido a questão do seu currículo o mais depressa possível.


Foto: Público
Texto editado no ComUM online