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Carlos Gonçalves, o bronze do atletismo


Carlos Manuel Oliveira Gonçalves, natural de Santo Tirso, trouxe para a Academia minhota as medalhas de bronze e ouro nas provas de 60m e 4x200m, respectivamente, do último Campeonato Nacional Universitário de Atletismo, realizado em Espinho. O atleta tem 19 anos e está a tirar a Licenciatura em Engenharia Informática (LEI), após ter frequentado LESI o ano transacto.


Venceste a medalha de bronze na prova dos 60 metros no último Campeonato Nacional Universitário (CNU) em Espinho. Já estavas à espera de um lugar no pódio ou foi uma surpresa agradável?
Eu já conhecia os adversários que estiveram no CNU em Espinho de outros campeonatos, estava ciente das suas capacidades e, como tal, a subida ao pódio não foi algo que eu não estivesse à espera. Havia sempre alguma dúvida porque três ou quatro deles tinham resultados muito parecidos aos meus.

Disseste que já esperavas um lugar no pódio. O bronze correspondeu às tuas expectativas?
Na verdade eu tinha uma marca que me dava condições para atingir a prata, mas não mais que isso. O atleta que ficou em primeiro lugar era muito bom e vencer o campeão nacional de um dia para o outro não era tarefa fácil.

Arrecadaste também a medalha de outro na prova colectiva 4x200m. Também era algo com que já contavas?
Apesar da dúvida existente em relação às capacidades dos novos atletas que entraram noutras universidades do país, já esperávamos uma vitória da nossa parte, visto que a UM sempre teve uma equipa forte, bem equilibrada e com atletas que fazem excelentes tempos.

Quais são os teus objectivos para os restantes campeonatos nacionais?
A pista coberta é, normalmente, uma introdução às provas em pista ao ar livre. Embora eu tenha uma tendência a dar-me melhor na pista coberta, o objectivo principal é sempre o ar livre. Vou tentar dar o meu melhor como sempre faço e, talvez, seja possível alcançar de novo o pódio.

E a nível colectivo?
Com a equipa que temos é quase garantido ganharmos uma medalha.

Com que idade começaste a praticar atletismo?
Comecei a minha actividade desportiva com 17 anos num clube amador, o JUNI de Guimarães.

Actualmente, qual o clube que representas? Em que escalão estás?
Estou no Sporting de Braga, no primeiro ano de Sub-23.

Como ingressaste no Braga?
Fui prestar provas ao clube e acabei por ficar. Como a época passada me correu suficientemente bem achei que tinha condições para estar numa equipa com mais objectivos.

Quantos dias treinas por semana?
Os meus treinos são diários. Faço cinco ou seis treinos por semana.

Achas que o actual panorama do atletismo português oferece boas perspectivas para um dia seguires carreira?
Nem por isso. A estrutura do atletismo português, tal como ela é actualmente, não perspectiva um futuro risonho para uma carreira profissional no atletismo. Não tanto por culpa dos dirigentes máximos, mas pela pouca divulgação que existe em torno do atletismo. Não quer isto dizer que os atletas portugueses não têm valor, muito pelo contrário, os poucos atletas que passam por todos escalões até chegarem a séniores e conseguem fazer carreira profissional têm grande qualidade. Se uma pessoa tiver força de vontade e estiver determinada em treinar e melhorar cada vez consegue ir longe.

Tens alguma figura do atletismo português que seja uma influência para ti?
Acompanho o mais próximo possível o atletismo português e neste momento as principais figuras do atletismo português, para mim, são o Francis Obikwelu e, mais recentemente, o Arnaldo Abrantes.

Quem assume as despesas inerentes às deslocações fora da Universidade?
A Universidade possui um orçamento que é usado para esses fins.

Praticas atletismo no Braga e estás a tirar uma Licenciatura em Engenharia Informática (LEI). Qual é que consideras a tua principal actividade? Levas o atletismo como um hobbie ou pretendes seguir carreira?
Aquilo que eu tenho consideração como minha actividade principal é o atletismo. Naturalmente que não relego para segundo plano o meu curso, até porque ele é bem mais caro do que a prática do atletismo. Gostaria um dia de ser atleta profissional e quando terminasse a minha carreira ia programar. (risos)

Como concilias os estudos com os treinos? Já tiveste de faltar a aulas?
O horário dos treinos fica suficientemente afastado do horário das aulas e, portanto, é perfeitamente possível conciliar as duas coisas. No entanto, não descarto a hipótese de escolher o atletismo em detrimento das aulas, quando as duas coisas entrarem em conflito, à medida que me for tornando um atleta de alta competição.

Atletismo à parte, como aluno como te descreves?
Na verdade, considero-me um aluno médio. A Universidade é bem diferente do Secundário, que me correu bem melhor, mas isso prende-se com o tipo de disciplinas que tenho agora nas quais sou mais fraco. Vim de científico-natural para um curso de Informática e as disciplinas que não têm a ver directamente com informática tenho algumas dificuldades. Não é que sejam difíceis, eu é que não me debruço muito sobre elas.

Notícia editada em: http://www.comumonline.net/noticia.asp?id=1487
Foto: Marcos Sabino