segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Presidente da República reúne com líderes partidários madeirenses

Cavaco Silva pretende perceber as posições dos diferentes partidos antes de tomar uma decisão

Os partidos que têm assento no Parlamento regional da Madeira serão hoje recebidos pelo Presidente da República, Cavaco Silva, com a finalidade de discutirem qual a melhor solução para a crise política na Madeira. A crise teve início com a demissão de Alberto João Jardim, presidente do Governo regional da Madeira.

João Jardim já deu a conhecer que não irá estar presente nesta reunião, pelo que o PSD Madeira se fará representar por Guilherme Silva.

Antes de qualquer decisão definitiva Cavaco Silva ainda terá de reunir o Conselho de Estado. Até agora, o Presidente da República encontrou-se com o representante da República no arquipélago da Madeira, Monteiro Diniz, que lhe comunicou a posição favorável às eleições, partilhada pelos cinco partidos que constituem o Parlamento madeirense.

A dissolução da Assembleia Legislativa e a consequente realização de eleições regionais antecipadas revela-se a solução mais provável para a crise política na Madeira. O próprio presidente demissionário afirmou, no dia da demissão, 19 de Fevereiro, que não aceitaria uma solução que não fossem as eleições, apesar da maioria que o PSD Madeira detém permitir uma nova solução governativa. A crise na Madeira poderia ser resolvida à semelhança do que aconteceu no Continente aquando da demissão de Durão Barroso.

A causa apontada para a demissão do líder do Governo da Madeira há 30 anos e actual dirigente do PSD Madeira é o corte de 37 milhões de euros que o orçamento da Madeira sofreu com a entrada em vigor da nova lei das Finanças Regionais.A demissão em protesto e a tentativa de forçar as eleições, por parte de João Jardim contou com o apoio de Marques Mendes.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Ku Klux Klan cresce nos Estados Unidos da América

Segundo um relatório do movimento cívico Liga Anti-Difamação, as actividades do Ku Klux Klan (KKK), um grupo racista norte-americano, têm vindo a aumentar, estando mesmo a espalhar-se de forma “surpreendente e preocupante” por regiões dos Estados Unidos da América (EUA), nas quais nunca se tinham registado actividades deste clã.

Deborah Lauter, membro da Liga Anti-Difamação, mostra-se preocupada com o facto do KKK estar a aparecer em regiões nas quais não tinha presença como Maryland, Nova Jérsia e Pensilvânia. Para além destas localidades na Costa Leste dos EUA, foram também notadas actividades deste mesmo grupo no centro do país, nomeadamente em Iowa e Nebraska.

Outra conclusão que se retira do trabalho desenvolvido por este movimento cívico é que o recente ressurgimento desta organização racista está ligado à discussão pública que tem acontecido no seio da sociedade norte-americana em redor da imigração ilegal. O número de imigrantes ilegais nos Estados Unidos ascende aos 11 milhões, na sua maioria hispânicos.

As actividades do Ku Klux Klan original datam de 1865. Este grupo, apologista da violência racial, foi fundado por 60 amigos, na cidade de Pulaski, Tennessee. Um segundo grupo, com o mesmo nome, imergiu em 1985 em Atlanta, fundado por William J. Simmons. Apesar da distância temporal, ambos lutam pela supremacia “dos brancos protestantes sobre os negros, católicos, judeus e asiáticos, assim como outros imigrantes”.

Em 1920 o KKK tinha cerca de 5 milhões de membros, sobretudo no sul dos EUA. Em 1972 o movimento racista foi considerado uma organização terrorista, tendo sido banido dos Estados Unidos da América.


(Imagem:http://www.probertencyclopaedia.com/)

Sida: cientistas descobrem forma para combater o vírus

Investigadores norte-americanos anunciaram ontem ter descoberto um ponto fraco na estrutura do vírus da Sida, através do qual os cientistas conseguem neutralizar o vírus por vacinação. O processo central passa por bloquear a ligação entre o vírus HIV e a célula imunitária.

Uma equipa de cientistas dos Institutos Nacionais de Saúde norte-americanos (NIH) “revelou um buraco na armadura do vírus de imunodeficiência humana (HIV)”, que permite neutralizar o vírus através de anticorpos produzidos por intermédio de uma vacina.

O anúncio foi divulgado ontem em comunicado pelo director daquela instituição, Elias Zerhouni, que afirma que os cientistas descobriram uma nova forma de combater o vírus da Sida.

“Um dos grandes desafios do nosso tempo”, é assim que classifica Elias Zerhouni o facto de ainda não ter aparecido uma vacina capaz de eliminar o HIV. O vírus HIV tem extrema facilidade em escapar à neutralização dos anticorpos, pelo que foi encontrada “uma nova via para enfrentar o desafio”, afirmou o director.

O vírus HIV encontra-se em constante mutação, mas deve permanecer algumas partes estáveis para se fixar aos receptores CD4 das células do sistema imunitário, onde se reproduz.

À escala atómica, cientistas do Instituto Nacional Americano contra as Alergias e as Doenças Infecciosas (NIAID) e da NIH examinaram a evolução contínua da conformação do sítio de ligação entre a glicoproteína viral 120 (GP120) e o receptor CD4 da célula-alvo (ver imagem relacionada).

Em 1998, a equipa de investigadores liderada por Peter Kwong conseguiu uma imagem de raios-X desta ligação que permitiu determinar vários pontos do vírus que podiam ser alvos de vacinas ou de medicamentos. A mesma investigação tinha revelado também a extensão das defesas de que dispõe o HIV.

Com os últimos esforços dedicados ao vírus da Sida, foi possível compreender a interacção entre o anticorpo b12, encontrado no sangue de pessoas resistentes ao HIV, e a molécula viral gp120.

O anticorpo b12 ao ligar-se à molécula viral impede a ligação desta com o receptor CD4 da célula-hóspedeira.

“O desenvolvimento de vacinas contra o vírus da Sida” é um dos principais objectivos desta investigação, revelou um dos autores do trabalho Gary Nabel.

Imagem: NIAID

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Faltas de verbas comprometem futuro da Wikipedia

O site da Wikipedia pode encerrar dentro de alguns meses, isto se se confirmarem os prognósticos da directora da Fundação Wikimedia Florence Nibart-Devouard, que chefia o grupo que controla a maior enciclopédia on-line de acesso livre e gratuito. Responsáveis pela Wikipedia consideram “muito exageradas” as previsões da chairwoman e afastam possibilidade de encerrar portal.
A declaração de Florence Devouard surgiu na conferência LIFT07 e dá conta dos problemas económicos que poderão levar ao encerramento daquele portal. Segundo o presidente da Fundação Wikimedia, o site fechará dentro de três meses porque os fundos que tem apenas pagarão as dívidas dentro deste curto prazo.

A Wikipedia sofreu uma expansão acelerada desde a sua criação em 2001. A enciclopédia digital funcionava normalmente com cerca de um milhão de dólares anuais, perto de 770 mil euros e empregava 2005 apenas um funcionário (actualmente emprega dez). Hoje em dia, e de acordo com a presidente do conselho da administração da Wikimedia, para manter o portal activo são precisos 3.842 milhões de euros.

A chairwoman da Wikimedia afirmou na conferência de Genebra sobre o impacto da tecnologia na sociedade que o site depende donativos porque os contribuidores dos EUA e da Europa não aceitam a comercialização do portal através da publicidade, que poderia ajudar na manutenção da enciclopédia.

Alerta de encerramento “muito exagerado”, dizem responsáveis pela Wikipedia

Contra a visão pessimista de Florence Devouard, alguns responsáveis pela Wikipedia consideram “muito exageradas” as declarações da directora da Wikimedia. Os mesmos responsáveis asseguram ainda que não há intenção de fechar o portal enciclopédico, embora reconheçam enfrentar sérias dificuldades económicas na sua manutenção.

A Wikipedia “está de boa saúde”, afirmou o porta-voz da Wikimedia, Sandy Ordonez, que disse ainda que “os comentários de Devouard foram retirados de contexto”. O anúncio do artigo 200 mil na versão espanhola da enciclopédia vem, de alguma forma, desviar qualquer atenção de encerramento do site.

(Imagem: Wikipedia Portugal)

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Coreia do Norte põe fim ao seu programa nuclear

Após negociações que vinham desde 2003, a Coreia do Norte concordou, ontem, em terminar o seu programa de enriquecimento de urânio. Em troca o governo de Pyongyang irá receber um milhão de toneladas de petróleo e um milhão de quilowatts de electricidade.Esta conquista foi conseguida pelos esforços repartidos de seis nações: Coreia do Norte, Coreia do Sul, Estados Unidos da América, China, Rússia e Japão.

No final do dia de ontem o representante de Seul mostrava-se ainda relutante quanto ao desfecho das negociações, tendo em conta que o pedido inicial do Presidente norte-coreano, Kim Jong-Il, era de dois milhões de toneladas de combustível líquido e dois milhões de quilowatts de electricidade. O Diário Digital, citando a cadeia americana ABC, refere que este obstáculo foi ultrapassado durante a noite de ontem, acabando o governo norte-coreano por aceitar reduzir as suas exigências para metade.

Em 1994, os EUA e a Coreia do Norte tinham assinado um acordo de cooperação energética, no qual Washington fornecia meio milhão de toneladas de petróleo por ano em troca do congelamento do programa nuclear norte-coreano.

Com o fim deste acordo, em 2002, o presidente norte-coreano, Kim Jong-Il, optou por reactivar o programa nuclear. O maior incidente, e que fez acelerar as negociações foi o ensaio nuclear levado a cabo pela Coreia do Norte em Outubro de 2006.

Os países envolvidos nas negociações esperam que as autoridades norte-coreanas procedam à desactivação do reactor de Yong- byon por temerem que este possa ser usado para fins militares.

À China coube a tarefa de elaborar um texto onde se definem os primeiros passos a dar pela Coreia do Norte e as respectivas compensações económicas.


(Imagem:Google)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Cavaco Silva critica política de Saúde actual

Cavaco Silva, presidente da República, marcou presença na sessão de abertura do ano académico da Academia Portuguesa de Medicina, na Aula Magna da Faculdade de Medicina de Lisboa. O Chefe do Estado teceu várias críticas ao corrente Sistema de Saúde Pública, revelando as suas convicções acerca do que acredita ser o direito da saúde dos portugueses, um direito que "pressupõe um dever de liberdade responsável, centrado no respeito por si próprio e pelos outros". "Um sistema de saúde só poderá funcionar, com qualidade e equidade, se os cidadãos o não sobrecarregarem com problemas que decorrem de estilos de vida e comportamentos pouco saudáveis", referiu.

Cavaco Silva enumerou alguns daqueles que considera serem estilos de vida e comportamentos não muito saudáveis, como o tabagismo, o excessivo consumo de alcoól, a toxicodepência, a obesidade e os acidentes, tanto rodoviários como laborais. Manifestou o seu descontentamento com as políticas e procedimentos administractivos vigentes, considerando-os ineficazes. O presidente da República acentuou o facto da inclusão social passar também pelo bom funcionamento do Sistema de Saúde Pública.

Cavaco espera que a abstenção diminua

Cavaco Silva não poderia abandonar o local sem fazer algum comentário sobre o tema da ordem do dia, o referendo sobre a questão da despenalização do aborto. Apesar de não ter "desembaciado" qual a posição adoptada, O Chefe do Estado apelou ao voto, revelando vontade de presenciar, no dia 11 de Fevereiro, uma abstenção menor em relação à vivida na consulta popular de 1998. Sobre a campanha em si, Cavaco Silva espera que tudo corra dentro dos trâmites normais.